O motorista de aplicativo Jonilson Moreira de Oliveira, 36 anos, teve atendimento especializado negado no Hospital e Pronto Socorro Dr. João Lúcio Pereira Machado, no bairro Coroado (Zona Leste), ao ser diagnosticado com Covid-19 na mesma unidade hospitalar, no último sábado (25). O homem deu entrada no local, após ser submetido a uma cirurgia em outro hospital. As informações são da esposa do paciente, Mykaela Jardim que fez a denúncia e disse que ele adquiriu a doença no João Lúcio.
A primeira internação do motorista foi no Hospital e Pronto Socorro 28 de Agosto, na última terça-feira (21), após ser baleado numa tentativa de sequestro e assalto. Jonilson teve lesões na coluna e fígado e passou por cirurgia para a retirada da bala.
Mykaela Jardim, afirma que Jonilson foi transferido para o Hospital João Lúcio na quinta-feira (23), em estado grave para receber atendimento ortopédico especializado. ‘’Lá começou o descaso com ele. Meu marido deveria ficar na UTI e instalaram ele na enfermaria, com tudo alagando, sem condições para receber pacientes graves’’, afirma a esposa que continua o relato. ‘’O médico ortopedista só tocou no pé dele e perguntou se ele sentia algo e não deu nenhum laudo’’.
No sábado (25), a esposa afirma que o motorista sofreu complicações decorrentes da cirurgia e não recebeu atendimento médico imediato. ‘’Ele chegou a vomitar sangue e só 4 horas depois o levaram para uma sala chamada ‘Politrauma’, quando solicitaram exames’’, diz ela.
Ainda de acordo com Mykaela, em seguida, ele recebeu o diagnóstico de Covid-19. ‘’Mas eu tenho plena certeza que ele foi infectado no hospital, após tanto descaso. Tenho dúvidas se o paciente não foi trocado, e se esse é realmente o diagnóstico do meu esposo, pois, haviam outras pessoas com o mesmo nome no hospital’’. explicou.
Com o diagnóstico, Mykaela informou que a equipe médica do local negou atendimento ao motorista. Jonilson foi impedido de entrar na UTI rosa, onde pacientes suspeitos e diagnosticados com coronavírus são internados. ‘’Os funcionários se recusaram a receber e levá-lo para a ala Rosa. Uma enfermeira chegou a pisar na maca para impedir a entrada dele na UTI’’, denuncia, revoltada, Mykaela.
A esposa conta que foi acompanhada até a saída do hospital por um segurança e impedida de acompanhar o marido. As instruções que ela recebeu foi para realizar o isolamento social, já que teve contato direto com um paciente diagnosticado com coronavírus. ‘’Um funcionário do João Lúcio me ligou e me informou que meu marido não está na UTI por falta de leito e que ele permanece em estado grave, mas até agora nenhum laudo oficial me foi apresentado sobre a situação dele’’.
A direção do Hospital e Pronto Socorro João Lúcio informou que o paciente está em leito na sala de observação recebendo todos os cuidados necessários e ressaltou que ele apresentou sintomas de Covid-19 no início de abril, antes de dar entrada na unidade. De acordo com a direção, o paciente já está fora do período de transmissão da doença.