Donos de flutuantes em Manaus burlam a quarentena e abrem para o público

Amazonas
Apesar de todas as recomendações das autoridades sanitárias, alguns flutuantes comerciais, instalados no igarapé Tarumã-Açú, estão burlando a fiscalização e aceitando reuniões familiares e de amigos, gerando aglomeração e aumentando o risco de contaminação pelo novo coronavírus. Nos finais de semana o movimento aumenta.

A prática de aluguel desses pontos comerciais e de lazer foi confirmada, por dois proprietários de flutuantes. Eles avaliaram que, não apenas existe o risco de contágio pelo novo coronavírus, mas também falta regulamentação desse segmento econômico, que também é fonte de  poluição ambiental.

“Os flutuantes que operam com aluguel (pernoite e diária) desembarcam grupos durante a noite, para burlar a fiscalização”, denunciou  um empresário do setor à deputada.

“Aliada à irresponsabilidade dos proprietários, está a indiferença da própria população, que não está levando a sério o isolamento social e o atendimento ao decreto, que definiu a suspensão temporária desse tipo de atividade (bares, restaurantes, clubes de lazer, etc)”, justificou o proprietário. “A deputada foi informada sobre a prática de desvio e aglomeração e esperamos que a fiscalização seja reforçada”, acrescentou.

Os profissionais diferenciam os flutuantes comerciais regularizados – que abrem apenas para funcionar como bar e restaurante durante o dia – dos ‘de aluguel’, que trabalham com pernoites ou diárias para grupos fechados. “A maioria está obedecendo a quarentena, mas não podemos fechar os olhos para aqueles que estão recebendo grandes grupos e colocando em risco todo o trabalho de isolamento social e de fiscalização sanitária”, completou.

De acordo com os empresários, apenas no lago do Tarumã-Açú existem aproximadamente mil flutuantes comerciais. Porém, a maioria não existe como pessoa jurídica, não recolhe impostos e não atende as condições de preservação ambiental, prevista nas leis federais e sob execução da Marinha do Brasil“.

Os flutuantes, com atuação clandestina, recebem apoio de outro segmento comercial: os barqueiros, cooperativas e associações de transporte de passageiros fluviais. A deputada Therezinha Ruiz recebeu denúncia que, pelo menos, dois proprietários de frota significativa de pequenas embarcações de translado estão fazendo transporte clandestino, da Praia Dourada para flutuantes, que  também estão irregulares.

“Vale lembrar que a autorização para os barqueiros é para transportar passageiros às  comunidades. Não aos flutuantes”, apontou o denunciante.